Seguem os dias vulgares, horas
de desabrigo disfarçados com falsas aparências e sorrisos vãos. Há dias em que
eu acho que não há coração para mais nada. É tudo uma ilusão.
O amor que pensamos dar e mais
ainda o que pensamos que recebemos. Quimera.
É impossível acreditar se nada
passa de palavras sempre inúteis e sem fundamento que as pessoas dizem sem sentir.
As pessoas falam sem perspectiva, sem afecto. Falam por falar. O que nos dizem
hoje, amanhã dirão a quem calhar.
São coisas que não tem relação
com idade, género ou até carácter. São coisas da sociedade, da vida louca que
vivemos. Não sei se há excepções nestas tremendas ambições.
Não há verdade nenhuma, há
interesse. As pessoas interessam-se mais por coleccionar. Coisas podem ser catalogadas,
coleccionadas, aglomeradas em caixas. Pessoas não.
As pessoas não são ou não deviam
ser colecções. E seguem-se as gerações com estilos de vida errados…
Errados?
Seguem os dias cansados, horas
de desilusão disfarçadas pela busca incessante de alguma coisa que alguém
perdeu. E não fui eu. Essa desilusão… não fui eu.
Há dias em que eu acho que não existe
coração. Maldição. E agora?