Foram felizes para sempre… Que se
lixe os finais felizes! Isto não é um conto para vos embalar. Está, é uma história
suja.
Era uma vez, aquela que nunca foi
princesa. Aquele tipo de mulher que todos sentenciam. A outra, a segunda opção.
Essa mesma. A destruidora, a intrometida, a puta!
A puta nem sempre é feliz, acreditam?
Às vezes também ama.
Ela sempre foi forte, independente,
guerreira e eu? Eu nunca tinha conhecido uma mulher com a bravura que ela tinha
nos olhos.
A não princesa que vos falo
apaixonou-se, sem maldade, quase sem querer, por um homem comum.
Ela amava de uma maneira, como se
o mundo pudesse acabar. Ela não tinha intenção de magoar ninguém, nunca teve. Simplesmente
acreditou que podia tentar, ser igual a toda gente.
Mas às vezes a vida corta-nos os
sonhos, há feridas que se abrem e matam lentamente os nossos pedaços. Nem todos
nascemos para ser bem-amados. Vale mais amor nenhum, do que pouco amor.
Na opinião deste homem, ela nunca
foi merecedora de amor, nunca foi a opção. Ele usou os caminhos da pela macia
que ela tinha, prometeu-lhe um sonho, fê-la acreditar que a magia acontece e
que os olhos não metem.
Contudo o ser humano, na generalidade,
é pérfido. Um egoísta. Um homem que desperta o amor de uma mulher, sem ter intenção
de o retribuir, não serve para ninguém.
E depois?
Depois… há um corpo desfalecido,
uma alma a precisar do aroma perdido, uma pele ignorada, esquecida. Uma ferida
no ego, que não sara. Uma vida entregue ao nada.
Ela não recuperou, eu sabia. Nada
que eu fizesse agora, a podia curar.
Ela ficou sozinha. Fria, desprovida
de amor-próprio, cansada da vida.
Morta.
Eu matei-a.
Porque não soube valorizar
a puta que eu tive a sorte, que me amasse.