O que ontem não ganhei
Estou desfalecida e presa, numa história aniquilada,
Nas redes do devaneio e da loucura, eu, tão mal admirada
Amor-próprio maltratado, no que foi uma alma consumida,
Espezinhaste-a, como quem pisa, nos sonhos da minha
vida
A segunda opção, de um amor pouco sentido,
Fui apenas um desejo reprimido
Mera canção, de um poema infeliz, de um verso não
vivido
Considerada sem engenho para te merecer,
Numa disputa desigual, como quem luta sabendo que vai
perder
Esbanjada nas ruas, com os olhos molhados de pena e de
dor
Adormeço nas pedras frias da fúria e do ressentimento
Como quem sonha contigo, no nosso quase abraço, no
nosso quase amor,
Mas o dia nasce…o dia nasce sempre, e vem com ele o meu
juramento
Antes de amar a ti, há uma vida para acontecer
Eu fui tudo o que me deixaste ser, tudo o que era meu,
eu dei
Fui talvez mais longe do que podia, como quem dá sem
conhecer,
Talvez tarde, mas eu acordei.
Que vença hoje, o que ontem não ganhei…
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