quinta-feira, 9 de abril de 2015

Pausa para Crónica - Grow up.. but don't give up

Hoje é o último dia dos meus 26 anos. É estranho pensar assim, é estranho pensar num tempo que não volta nunca mais.
 
Não tenho nada contra o envelhecimento, acho que os anos passam e a maturidade traz consigo coisas boas, uma serenidade rara até agora, uma forma menos inflamada de ser, contudo nunca fiz um aniversário tão sentido e consciente da fugacidade de tudo. Consciente que a juventude nos foge.

É inevitável olhar para o tempo que passou e não fazer perguntas. Será que fui tudo o que podia ter sido? A velha questão que me perturba desde sempre. Será que me vou cumprir?

Analisar as coisas não as muda, mas eu preciso de escrever isto, nem que seja para lavar a alma, só mais uma vez. Eu não sei se podia ter sido muito mais até aqui, mas eu sei que fui tudo o que quis ser.

Não reclamarei de nada hoje, porque estes foram os melhores anos que eu podia ter tido. Muita persistência conjugada com uma porção de sorte, as pessoas certas e as pessoas erradas na hora exacta, hora exacta de aprender.Talvez eu não precisasse de ver tanta coisa nem de aguentar tanto, para tirar estas lições da vida, mas foi este o método de ensino que ela me deu. Na maior parte das vezes… resultou.

Acredito que tudo acontece com um propósito. As pessoas na estrada, as pedras, as quedas, os sonhos que ficaram por cumprir, as lições, os gestos que nos enchem o coração e até as mágoas que nos provocam são o preenchimento da história. São o pintar de uma tela em branco.

No final, o mais importante nesta caminhada vão ser as gargalhadas que deste, a felicidade que partilhaste, o bem que fizeste e o que te fizeram. Nisto eu fui abençoada com seres grandiosos. Eu queira ou não e apesar de todas as minhas manias de independência, tem existido sempre uma mão para me ajudar, alguém para me ouvir, alguém para me compreender. Dos pais aos irmãos. Da família à família que eu escolhi. A todos eles um obrigado por existirem.

Estou aqui para dizer que tenho orgulho em mim, na mulher que me tornei. Gosto de me ser. Assim um pouco só, meio alheada do comum, meio estranha. Com esta essência radical cada vez mais forte e nem por isso perdendo o amor e sobretudo a esperança no amor. Desengane-se quem acha que quando eu falo em amor falo em romantismo, quando eu digo esperança no amor é mesma coisa que estar dizer esperança no respeito das pessoas umas pelas outras. É respeito que falta. "Amor", as pessoas têm para dar e vender. (Eu sabia que não ia conseguir escrever o texto sem mandar uma boca!)

Então se tem de ser, vamos lá fazer 27 anos. Agora estou pronta. Pronta para essas novas lutas, pronta para continuar a aprender todos os dias, para provavelmente entristecer momentaneamente mais 300 vezes, mas também para viver esta serenidade que aprendeu a morar em mim, nestes últimos anos.

Bem-vinda fase adulta.

 


 

 

 

 

 

 

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