segunda-feira, 11 de maio de 2015

My kind of feminism


My kind of feminism  

"As meninas começam a falar e ficam em pé mais cedo que os meninos, porque as ervas daninhas sempre crescem mais rapidamente". (Martinho Lutero)

A crónica de hoje pode gerar alguma controvérsia e alguma polémica também. Falar de feminismo nos dias de hoje é falar de um assunto complexo e exaustivo. Na minha opinião para além dos evidentes extremismos que se mesclam com a essência do movimento, ainda se confunde, feminismo, com outros termos como por exemplo machismo e misandria. 

De modo a esclarecer esta questão importa antes de mais dizer que machismo é o conceito que exalta e superioriza as capacidades dos elementos do sexo masculino, ou seja se quisermos encontrar o antónimo de machismo podemos falar em femismo (ideia da superioridade da mulher em relação ao homem), mas não em feminismo.

A misandria é o termo que designa o ódio, desprezo ou preconceito para com os elementos do sexo masculino, enquanto o seu contrário é misoginia. Mas misandria não tem ou pelo menos não deveria estar relacionado com a ideia que o feminismo pretende transmitir.

O feminismo é uma ideologia que defende a igualdade (social, politica e económica), entre homens e mulheres. 

A primeira vez que as mulheres se apresentam na história como sujeito político, foi na Revolução Francesa com início em 1789, as mulheres ambicionavam uma participação activa na vida politica, social e económica. Até meados de 1800, esta foi a sua principal mobilização. Mais concretamente esta luta deu às mulheres o direito ao voto, direito ao trabalho e à educação.

A década de 1960 é particularmente importante para o movimento. Nos EUA, o movimento hippie vem propor uma nova forma de vida: “paz e amor”, Na Europa o “ Maio de 68” em Paris, rompe a ordem académica imposta durante séculos. Foram também estes os primeiros tempos em que foi lançada a pílula anticoncepcional. Na música vivia-se a revolução dos Beatles e dos Rolling Stones. O movimento feminista ganha força em 1970, com dois temas centrais o divórcio e o aborto.

É por causa destas mulheres que hoje conhecemos a sociedade como ela é. Esta luta envolveu muitos sacrifícios, lutas, greves de fome e até mortes. Em 1913, na corridas de cavalo em Derby, a feminista Emily Davison atirou-se para a frente do cavalo do rei, morrendo em prol da sua causa.

Na actualidade a pergunta que se impõe é se ainda existe sentido no movimento feminista? Esta é a resposta que causa polémica. Na minha opinião enquanto houver disparidades é claro que faz sentido a existência de um movimento que defenda exactamente a igualdade.  É necessário rever o conceito? Ok, posso concordar com isso. Mas não podemos fechar os olhos a certos aspectos que estão presentes na nossa sociedade, estarei eu errada? Devemos ignorar que pessoas de géneros diferentes na mesma função laboral ganhem salários diferentes? Devemos ignorar que os cargos de administração tanto no sector privado com no público seja esmagadoramente ocupado por homens, quando a percentagem de mulheres licenciadas em Portugal é bastante superior à percentagem de licenciados do sexo masculino? Se ainda há lutas para o feminismo então estas são as próximas batalhas.

Agora também não vamos ser hipócritas! Porque algumas mulheres não usam a liberdade que o movimento lhe deu como forma de igualdade, mas sim como forma de encostar o homem à parede, como se eles fossem os culpados de tudo. E não são… Hoje em dia atrevo-me a dizer que as maiores machistas da sociedade portuguesa são exactamente as mulheres. E são exactamente essas que mancham toda uma história.

Como é que alguém pode querer igualdade e achar que é o homem que deve pagar a conta (sempre), como é que alguém pode querer igualdade se precisa de um homem para lhe fazer quase tudo. Como é que uma mulher fala de igualdade se compactua com servidão doméstica, sexual e social em pleno sexo XXI? Como é que uma mulher fala mal do machismo se é a primeira a criticar outras mulheres que vivem sozinhas, pagam as suas contas e eventualmente tem a vida sexual que querem. Como é possível dizer mal dos homens se são as próprias mulheres que estão sempre a apontar o dedo umas às outras.

Em relação aos homens é claro que também existem erros. Erram os homens que consideram a mulher inferior, mercadoria, objecto sexual ou serva. Isso é uma burrice de alguns homens, mas não significa que todos eles pensem assim. Ou seja é claro que o feminismo radical e o seu consequente ódio a todos os elementos do sexo masculino com o objectivo claro de cercar as mulheres de protecções, novas leis e privilégios é um tremendo exagero.

Em 2015 os direitos iguais não passam de utopia na maior parte do mundo. Culpa nossa! Um pensamento retrógrado camuflado pela falsa ideia que somos todos muito modernos. Culpa nossa!

Não seria altura de pararem as guerras entre sexos? De se parar com estereótipos e moralismos e cada um cuidar da sua vida? Não seria altura das pessoas más serem julgadas pelas incapacidades que têm e não pelo gênero a que pertencem? 

Sim. É óbvio que somos todos iguais. Os mesmos direitos, os mesmos deveres e as mesmas capacidades. Não deveria ser este o pensamento?

 

 

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