Regressada da discórdia, como se
a minha mente pudesse reviver cada medo e insegurança que a tua presença sempre
me transmitiu.
Pergunto-me vezes sem conta, como foi possível pensar-me feliz no
meio das tuas lacunas e de quanta vida eu perdi, enquanto segurava na tua mão.
Desde sempre procurei nos cantos,
razões sombrias, para nos desculpar. Encontrei sempre um motivo para não nos
julgar, encontrei sempre uma força inútil, que me fazia continuar.
Estranha consciência que eu não
podia estar nesse lugar, que o nosso tempo nunca ia chegar e que tu e eu… Tu e
eu fomos um erro.
Suja de fracassos. Contigo a vida
morreu aos poucos. Nós cavamos um túmulo, onde eu achava que plantava afecto.
Faltou-nos as promessas, mesmo
que elas ficassem por cumprir. Este nunca foi um terreno para se jogar pelo
seguro, o amor é um terreno incerto, no qual tu, nunca te deixaste cair.
Esse medo feroz que te ameaça, mais
que protege e que te condena a não sentir, torna-te impróprio, imoral e um ser horrível,
que podias não ser.
Um ser, que eu podia não ser.
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