quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Pausa para a poesia - Os olhos dele

Os olhos, olhos feitos de escuridões
Lembram-me a noite distante
Sorris, sem incumbências
E a mim, cativas-me nesse instante
O sorriso anuncia a trama, que esboças
O sorriso é o que mais gosto

E o abraço ? o abraço abala, congela e eu adoro.
Odeio tudo em ti.
Odeio tanto que até gosto demais
Transmites insegurança e não te móis
Vens ao meu ouvido, e eu não gosto de ouvir
Mas depressa me esqueço, que sou reincidente
Não me importo e vou mais uma vez destruir os muros, que tu constróis
Ponto franco, não tens, nem tão pouco compaixão
Frio, seco, pedra.. somos iguais.
Mas eu sou poeta, e tu nunca soubeste ler a poesia nos nossos olhos.
Tu é eu, somos meros finais
Da noite que talvez nunca acabe, dos sonhos de sempre
Dos medos banais, gôndolas perdidas nos canais.
E eu tenho de te dizer… quem dera não existissem perdas
Fatalidades, mal entendidos e amores
Quem dera, fossemos esquecidos…
E tu um dia percebesses que as agonias, magoam
As feridas dos ego, não saram e as palavras não desaparecem.
Quem dera, achar-te, e pegar na tua mão
Levar-te, a ver a terra dos vencidos.
Os olhos, olhos feitos de vendavais
Ventos que de quando em vez … ainda te trazem.
E eu mato as saudades, dos olhos e do abraço,
Mas que depois, sempre se desfazem…
E tornam e voltam, e eu amo e odeio, e quero que vivas e quero que morras, dentro de mim.
Fragmentos de um momento… que eu, transformei em miragem.

Lisboa, Março de 2013


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