Vou tentar escrever sobre um tema chato, um bocadinho chato. Um
tema que as pessoas, não explicam, que apenas se sente. Bom, talvez se sinta,
mas para mim não há nada que não se meta em palavras.
Estou a falar do amor, não aquele amor fraternal que todos
sentimos pelos nos amigos e pela nossa família, isso é uma coisa diferente. Quero
falar de amor entre casais. Esse mesmo, esse amor que tem para todos os gostos,
aquele que acaba, aquele que fere, aquele que nos faz bem e mal, aquele que é
fiel e trai ou aquele que faz sofrer e nos dá a maior felicidade do mundo.
Varias vezes na minha vida, fui acusada de ser fria e de ter
uma pedra no lugar do coração, é mentira, eu nasci romântica! Todos nascemos românticos,
crescemos com as histórias e finais felizes dos filmes e dos livros. Em que
quase sempre o casal bonito da história passa por diversas dificuldades até que
no fim são felizes para sempre.
Mas a vida muda-nos, não posso dizer que ao crescermos, todos
mudamos, porque conheço uma infinidade de pessoas que continua a acreditar no
amor e nos finais felizes para sempre. Conheço outras que perderam o romantismo
e substituíram-mo mal, por sentimentos vazios que não levam a lado nenhum. E depois
ainda sei de outros casos, como o meu, que tentam ver as coisas, como são na
realidade.
E que realidade é essa, perguntam vocês? Bom, na minha visão a
realidade é simples, mas não é fácil de perceber.
O primeiro ponto de dificuldade nas relações dos nossos dias é a futilidade. Eu dou importância ao aspecto físico, não vou estar aqui a ser hipócrita, mas não é sequer 20% do pacote. A minha geração e as posteriores que me desculpem, mas nós nesse aspecto somos reles todos os dias. Dá-se demasiada importância ao corpo, á roupa, aos sítios que frequentam, á conta bancaria, ao carro que conduzem, etc.. e as pessoas esquecem-se que isto são tudo factores que a longo prazo não mantém relações e também não trazem necessariamente felicidade.
O primeiro ponto de dificuldade nas relações dos nossos dias é a futilidade. Eu dou importância ao aspecto físico, não vou estar aqui a ser hipócrita, mas não é sequer 20% do pacote. A minha geração e as posteriores que me desculpem, mas nós nesse aspecto somos reles todos os dias. Dá-se demasiada importância ao corpo, á roupa, aos sítios que frequentam, á conta bancaria, ao carro que conduzem, etc.. e as pessoas esquecem-se que isto são tudo factores que a longo prazo não mantém relações e também não trazem necessariamente felicidade.
Para existir uma relação verdadeira, há qualquer coisa de
mais cósmico e isso sim inexplicável, que nos bate. Para os verdadeiros
apaixonados não há beleza que importe, nem bem material. Sentir-se bem no próprio
corpo é óptimo, vestir o que se gosta também e ter dinheiro é estupendo, nesta
altura e neste país, mas não, meus amigos, não é de todo suficiente. O amor
envolve uma sintonia de coração.
O segundo ponto, e repito a meu ver, que dá cabo disto tudo,
é fugacidade. Eu não tenho nada contra as relações casuais, acho que cada um é absolutamente
livre de fazer o que quer e bem entende, com o corpo que é seu. Mas ao ritmo
que que o andamos a fazer, não sobra tempo para sentimentos. Eu hoje em dia
posso falar sobre isto, porque estou completamente fora deste esquema. Mas sei,
porque também já tive 18 anos, que para muita boa gente, sair ao sábado é
sinonimo de ir ao super mercado. Para não lhe chamar nomes piores. É como ir às
compras, escolhe-se o produto, o produto também nos escolhe, leva-se para casa
usa-se e deita-se fora. Na próxima vez escolhemos um produto diferente para não
enjoar! E pronto é isto, são meras trocas sexuais, não há sentimento, não há partilha
de nada. Isto não tem nada de mal, acontece todos os dias a se calhar 50% ou
mais da nossa população em idade considerada jovem, mas a questão é que isto a
torna-se cada vez mais a nossa realidade, não há espaço para o amor e as próprias
pessoas habituadas a esta facilidade também não vêem necessidade nenhuma em o
cultivar.
Terceiro ponto, as pessoas acomodam-se demasiado rápido. Eu ainda
conheço casais felizes, mas conheço muitos mais que não o são e nunca vão ser.
Simplesmente porque não são adequados um ao outro… respeitam-se e existe
amizade entre os dois, mas não vivem felizes enquanto casal e o pior é que o
sabem. Mas fazer a mudança necessária é doloroso, envolve muitas vezes um risco
quem nem todos querem correr. Ou porque existe uma renda ou um empréstimo, que
até se paga melhor a dois, ou porque há necessidade de manter a fachada para
que a sociedade os veja como exemplo ou porque simplesmente não conseguem nem
querem ficar sozinhos. E isto é triste!
Quarto ponto, também conheço casais, que em tudo são iguais
aos de cima, mas não se respeitam, aí entra a traição. Atenção, quero fazer
aqui um aparte para dizer que não sou nenhuma moralista, e ainda não cheguei à conclusão
se nascemos ou não, apenas para ter um parceiro. Cada vez mais acho que não. Essa
coisa da fidelidade é muito bonita, mas eu conheço tão pouca gente que o é! A traição
para mim, não faz sentido nenhum, ou as pessoas entram no esquema liberal e aí
as coisas são justas para quem se mete nelas, ou não se pode enganar assim alguém
que supostamente se gosta. A necessidade de trair, para mim vem de uma carência
que a relação apresenta, ou se fala nela e se resolve ou então se calhar vale a
pena ponderar até que ponto é que estar nessa relação é viável. Digo eu!
Apresentei sucintamente os quatro pontos que para mim, lixam
à grande o amor: futilidade, fugacidade, comodidade e falta de respeito.
Continuamos no entanto, sem perceber o que é isso do amor, tenho
25 anos e uma curta bagagem para falar de uma coisa tão grandiosa. Mas eu
também sinto, e mais do que sentir observo muito os outros. Muitas das coisas
que eu escrevo não as vivi, observei-as. E é da observação do amor que eu posso
escrever sobre ele, ao analisar casais verdadeiros e não esses engraçadinhos
que mudam o status do facebook e acham que já está, oferecem flores e dizem
amo-te muitas vezes, e fantástico, é amor.
Assim sendo o amor é dar, dar de nós, dar o corpo, a alma e o
coração. É muitas vezes aceitar o outro como uma parte nossa, deixar entrar na
nossa vida e muitas vezes ceder. É receber, deixar que outro nos embale.Amor é estar a 100%, é ajudar. Amor é ouvir, conversar como o
olhar.Amor é o dia-a-dia, é curar feridas, apanhar o outro do chão.
É estar na doença, é amar defeitos sem os querer alterar.Amor é companheirismo na cama e no silêncio. É abdicar do
nosso individualismo. Amor também é saber perder.Amor é gostar tanto de alguém como gostamos de nós e cuidar
dessa pessoa como se fosse nosso, um bem precioso e raro.Amor é perdoar, é lutar para melhorar e levar o barco sempre
mais longe.Amor é não se cansar, é respeitar e saber quando é hora de
terminar. Porque para mim, nada é para sempre e o amor também acaba, mas até o
amor pode acabar com amor.
Ele existe, eu sei que sim, e a grande maioria das pessoas,
vai senti-lo um dia. Não acredito em príncipes, nem princesas, mas sei que há
amores assim. Assim … simples, sem mais. Sem convenções, sem fazer ver aos
outros, sem jogos ridículos, sem traições.
Se há quem o tenha, é possível! Não me venham é como os corações
e as borboletas e o mostrar aos outros que somos felizes porque, é capaz de me
sair um palavrão. O nosso amor é precioso e só se pode entregar a quem realmente
o merece.
Se meio mudo não andasse a tentar enganar o outro meio, se amassemos mais e fossemos mais bem-amados, esta merda melhorava, e muito!
Se meio mudo não andasse a tentar enganar o outro meio, se amassemos mais e fossemos mais bem-amados, esta merda melhorava, e muito!
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