Há uma metade em mim, que é estranha,
desatinada. Metade de mim gosta do silêncio, do pedaço negro do mar, do trovão
barulhento, metade de mim adora dizer adeus, metade de mim só gosta de ruas
perdidas.
Metade de mim é pessoa a outra metade não é,
metade de mim gosta da catástrofe interior, das feridas que doem por dentro,
metade de mim adora a solidão.
Metade de mim pede um grito, uma oportunidade
sombria, um raio de luz fraco. Metade de mim andou na guerra..
Metade de mim não desiste, metade de mim
acredita no que sou, metade de mim nunca acorda das histórias encantadas, mal
contadas. Metade do que sou é vento.
Metade de mim é vestido rasgado, é passado.
Metade do que sou é iluminado através de velas, metade de mim é bússola
perdida. Metade de mim..não se vê.
Metade de mim é só utopia…
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