sábado, 29 de novembro de 2014

Pausa para a Crónica - Sex is full of lies - um assunto dos nossos dias

Homossexualidade?

É a atracção sexual dirigida fundamentalmente para indivíduos do mesmo sexo.

“Sex is full of lies. The body tries to tell the truth, but it's usually too battered with rules to be heard. We cripple ourselves with lies. Most people have no idea of what they're missing, our society places a supreme value on control, on hiding what you feel. It mocks primitive culture and prides itself on the suppression of natural instincts and impulses.”

Jim Morrison, The Doors

Nunca senti muita vontade de dar opinião em relação a este tema, porque de certa forma não é, nem nunca foi questionável para mim. Na minha opinião, as pessoas têm que ser felizes, e para que isso aconteça, por vezes temos que ir contra o que os outros pensam ou contra as “regras” que a sociedade estipulou.

Tenho notado, cada vez mais e principalmente na grande cidade, que de alguns anos a esta parte, a aceitação é cada vez maior. Obviamente que a permissão do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em vários países, inclusive em Portugal desde 2010, também veio abrir muitas portas para uma realidade que muitas pessoas teimaram em não ver, durante anos.

É uma temática muito interessante, até pela grande polémica que surgiu recentemente em relação a adopção de crianças, por casais homossexuais.

Importa perceber a história (lá venho eu com as histórias), mas é tão difícil para mim, ver que certas pessoas, não conseguem perceber a homossexualidade, existem pessoas, que nos dias que correm, ainda acham que um homem ou mulher homossexual é louco ou doente.

A história diz-nos que o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, sempre existiu. 

Na pré-história, os nómadas não tinham noção clara do conceito de reprodução, estima-se que houvesse contacto sexual indiferenciado. A civilização egípcia fala-nos não só de relacionamento entre homens do mesmo sexo, mas também entre Deuses com exemplo de Horus e Seth. Na Grécia Antiga, não havia oposição ao relacionamento homossexual, como nos mostra um estudo de Foucault. O filósofo Platão  385 a.C. defende publicamente que somente o amor homossexual pode conferir o homem grego a plenitude intelectual. Augusto César, foi o primeiro imperador a reconhecer oficialmente os primeiros casamentos homossexuais.

Só a partir do século XVIII, se estabeleceu a “regra”, de um modelo heterossexual, em quase todas as culturas monogâmico e voltado para a reprodução. A Homossexualidade tornou-se a partir daí uma doença, estudada ao longo dos séculos. A partir daqui também, podemos falar de homofobia e preconceito. Por volta de 1700, com a reforma puritanista, houve introdução de novas noções do bem e do mal.

Na Alemanha Nazista,  as estimativas sobre o número de homossexuais mortos nos campos de concentração varia muito, entre 5 e 15 mil, consoante os autores consultados.

Só no final da Segunda Guerra Mundial, a homossexualidade foi começando a sair da clandestinidade. Como os primeiros movimentos libertadores a acontecerem na Europa e nos E.U.A.
Em 1973, a Associação Psiquiátrica Americana, exclui o homossexualismo do “catálogo” de doenças ou desvios, 83 anos após ser considerado uma patologia clínica.

A meu ver, todo e qualquer tipo de preconceito atrapalham o desenvolvimento de um país ou uma cultura. As pessoas nascem singulares e livres. 

A homofobia fecha as portas da justiça e da liberdade. Liberdade, que a história nos ensina que demorou muito para conquistar, foi preciso derramar muito sangue, para se conceber os direitos que conhecemos, hoje.

Qual é o problema de se espalhar amor? O que é que faz assim tanta confusão, trata-se apenas de afecto…

Importa fazer o bem, estar bem.. viver bem.



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