Dois teatros, dois mundos inalteráveis
Subiste as escadas do nada, e não paraste
Esqueceste os passos no chão frio, mas continuaste
Caminhaste sozinho, com medos maleáveis
Descobriste as coisas todas, tarde demais
Não sabes onde estar, nem o que ser, estás sempre a mais
E sabes bem, o teu tempo acabou..
Não esperes mais, o tempo nunca voltou.
Devagar, ensina-me tudo outra vez,
Dá-me uma razão para o fazer.
Dá-me uma razão para valer.
Essa saudade de quem não quer partir.
E o susto de quem está cansado de ser
Agarro-me a ti, mesmo que já não me queiras ouvir
Estou exausta da vida que fui viver.
Faltam-me o que não consegui olhar
Não digas que sabes como é, a vida dos outros é sempre fácil
Chegas como quem quer e sabe abraçar
Mas tu não sabes cuidar do corpo frágil
Devagar, ensina-me tudo outra vez,
Dá-me uma razão para o fazer.
Dá-me uma razão para valer.
Sem comentários:
Enviar um comentário