sábado, 22 de junho de 2013

Pausa para o pensamento - Ainda quero ver as gaivotas voar

Chorei, mas não sei se alguém ouviu, as palavras nem sempre chegam, nem sempre são conforto. 
Os dias passam, sobra esse silêncio morto, que dói na alma, que me provoca mais do que me assusta.As vezes somos seres tão desconhecidos, a indiferença é uma forma de sedução, que cativa mais do que conquista e te prende, para alem do que me dás.
A tolerância, também se esgota, não tendo culpa, neste quem é quem de quem é a culpa. Nada se desculpa.Não sei quanto tempo poderei ficar, estou perdida no emaranhado de promessas que já fiz a mim própria. Não entendo porque nada se passa ou já tudo se passou, mas não consigo continuar, não posso mais ficar, eu ainda quero ver as gaivotas a voar.Morri de pé, e de pé vou continuar. 
Já perdi mais neste jogo, do que alguma vez me deste a ganhar.E o que se faz com um silêncio, uma ausência, a saudade que não passa, nem vai passar, sento-me aqui, perdida no azul, à espera que as gaivotas voltem a voar.Hoje, custa-me caminhar, como se o mapa dos nossos sentidos, já não fosse fácil de decifrar.
"A vida simples é boa, quase sempre!" E hoje é mais uma página de vida, mal escrita, mal vivida.Tudo, e tudo me incomoda, nenhuma direcção para onde olhe, me parece a certa, nenhum caminho me leva ao porto de abrigo prometido.Nada, e nada parece restar. Desta viagem sobrou o céu, e ao longe, bem longe, talvez demasiado longe, a gaivota a voar.
Neste lugar tudo se recorda, não há sítio, onde não esteja a tua e a minha presença, não há cheiro nem sabor, há algo que dói, dói recordar, hoje dói-me recordar!
Se era uma queda esperada, ninguém me disse como recomeçar…. Ainda existem gaivotas para ver voar?





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