segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pausa para a Poesia - Colapso

Eu dei-te tudo o que precisavas e fiquei sem nada,
A noite chega sempre tão vazia e tão apressada
Imagino-te aqui, no nosso abraço e no nosso beijo secreto
Mas tu não estás, nunca estiveste e eu nunca fui o teu projecto,

Como eu me sinto tentada, meio abandonada, tão mal amada
Ainda tenho o teu cheiro, a tua pele na minha e a alma estragada
O Desejo é o mesmo que no primeiro dia, mata-me este querer
Que faço, já não sei. E quero tanto que já nem sei dizer,

Como se arranca este mal, como se mata o devaneio
Como esqueço as palavras que o teu olhar dizia, mentia
E seguir como? Se nada encontro para além deste enleio
E viver como? Se eu era tudo o que te oferecia.

Dás-me essa sugestão, eu nem sei como aceitar
Como dizer sim, quando se tem que dizer não?
Como dizer não, quando tudo o quero é me entregar
Chove! E eu sem perceber, quem és, homem ou escuridão

Se pudesse ir embora, eu ia..
Mas fico, a ver-te feliz, na vida escolhida
E agarro-me ao coração, como que um dia, sentia
Como uma folha de papel escrita e escondida.

Eu dei-te tudo o que precisavas, e isso não foi suficiente
Entreguei os pontos de olhos fechados, como quem confia
e nada me fez ver, a ferida aberta por quem mente
e nada me tira agora a tua ausência , tão fria...

Talvez eu tenho chegado ao fim de qualquer coisa
se ao menos eles entendessem, este rasgo na pele da inexperiência
pudessem dar-me a mão, levar-me daqui como quem me poisa
talvez eles me dessem pena leve ou benevolência 

Vem de dentro, grita, e anda sempre à tua procura
Como quem busca algo que já foi encontrado
Mas eu sei, e tu sabes, não vai chegar a nossa altura
E eu sei..  não sobrou nada, deste sonho, sonhado..

Fim.. mal acabado..
  


 inspirado por Coldfinger - Minus  / Lisboa 21:20






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